Colégios particulares da Capital aproveitam o interesse dos alunos e criam várias atividades

MARIA REHDER, maria.rehder@grupoestado.com.br

Não são só os atletas que estão em contagem regressiva para a abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim. Professores e alunos já estão envolvidos com o assunto desde o primeiro semestre - muitas escolas têm aproveitado a competição para trabalhar diferentes temas educativos da educação infantil ao ensino médio. No Colégio Magno Mágico de Oz, na Zona Sul, mais de 15 bonecos com características de diferentes nacionalidades - indiana, inglesa e italiana, entre outras - têm despertado o interesse de alunos entre 3 a 6 anos para a existência de outros países, culturas e povos.

Os educadores de cinco colégios ouvidos pelo JT, alertaram que as atividades relacionadas à competição esportiva devem sempre estar integradas às atividades do currículo escolar.

Segundo Claudia Tricate, diretora do Colégio Magno, o evento é trabalhado desde a educação infantil até o ensino médio. “Com os pequenos nos preocupamos em trabalhar com a diversidade. Eles procuram os países no mapa-múndi”.

A diretora conta que a expectativa para o início dos Jogos Olímpicos em Pequim é grande, pois é quando de fato os alunos farão a relação das diferentes nacionalidades com a realidade. “As crianças de 3, 4 anos, precisam visualizar, vivenciar para entender de fato o que lhes é passado.”

A escola se preocupou em mostrar às crianças ‘ diferentes necessidades especiais’. “Temos bonecos cadeirantes, cegos, pois queremos que as crianças convivam com as diferenças desde cedo”, explica.

Na era virtual

Pequim 2008 é a ‘isca’ usada pelo professor de informática Muriel Vieira Rubens Alves, da Escola Santa Maria,em Interlagos, para atrair os adolescentes para o aprendizado de diferentes disciplinas ligadas aos raciocínio lógico. Uma vez por semana, um grupo de alunos do ensino fundamental se reúne para criar jogos de computador.

Muriel lançou um desafio no início do ano: pesquisar todas as modalidades esportivas dos Jogos Olímpicos na China e reproduzi-las em jogos de computadores. “Conceitos da física como velocidade e cálculos matemáticos são trabalhados implicitamente”. O projeto deu tão certo que os 15 alunos criaram dez jogos que durante a olimpíada serão disponibilizados para todos alunos da escola.

Não é sem razão que o Colégio Pentágono, no Morumbi, reservou um tempinho na grande curricular para exibir em todas as televisões e telões das salas de aula a cerimônia de abertura dos jogos. A pesquisa das modalidades esportivas também foi motivada pelo colégio.Só que a estratégia usada foi diferente. Os alunos do ensino fundamental foram convidados a pesquisar a história das olimpíadas, regras e modalidades para realizarem seminários para os demais estudantes. “Nas aulas de formação social os alunos têm debatido a história do governo chinês”, diz a coordenadora pedagógica Fernanda Gimenes.

No Colégio Santo Américo, no Morumbi, os alunos da 4ªsérie estão ansiosos, já que serão responsáveis pela ‘cobertura diária’ do evento. “Faremos uma agência de notícias, eles pesquisarão tudo sair na mídia. Até a matemática será trabalhada com os gráficos diários com a contagem de medalhas”, afirma a coordenadora Elaine Marquezini.

Em todas as unidades do Colégio Objetivo, a olimpíada está sendo trabalhada em diferentes atividades. Uma dica da educadora do Grupo Objetivo Sônia Bercito é a leitura do livro traduzido para língua inglesa Falling Leaves, de Adeline Yen Mah’, que traz a história de três gerações chinesas através de um relato autobiográfico.

PROFESSORES

A revista Nova Escola fez uma compilação de planos de aulas voltados para que os professores possam trabalhar os Jogos Olímpicos nas aulas. Confira os temas:

É hora de conhecer o país do dragão / Imprima o tabuleiro e ensine xadrez para entender a poluição chinesa / História sobre a China / O imaginário chinês (português) /Para contar aos bilhões (matemática) / Inclua as artes marciais na Educação Física.
O material está disponível no site: www.novaescola.org.br